CRÍTICA: O caminho da relevância para a Rede Globo


Por Candice Soldatelli em Observatório da Imprensa

Há alguns meses, pensei em escrever um texto sobre um caminho que considerava não ter volta: a irrelevância da TV aberta entre os millenials. A também chamada Geração Y – que compreende os nascidos após os anos 1980 até meados dos anos 1990 – parece ter migrado quase que inteiramente para a TV por assinatura e para os serviços on demand (como o Netflix). Eu mesma, que pertenço à geração anterior, há tempos só assisto a alguns eventos esportivos (jogos do Brasileirão), dois telejornais (Bom Dia Brasil e Jornal da Band) e um reality show (Masterchef) na TV aberta, e mais nada: todo o resto me parece tosco, forçado, copiado, requentado e repetitivo.

Eu estava intrigada particularmente com a Rede Globo, uma das maiores corporações de mídia do mundo. Quem assistiu ao já clássico documentário Beyond Citizen Kane(censurado nos anos 1990 no Brasil, embora circulasse nas faculdades de jornalismo com o título de Muito além do cidadão Kane), sabe muito bem que de bobo o conglomerado criado por Roberto Marinho não tem nada. Com a estrutura que possui e, certamente, com os profissionais extremamente qualificados que lá trabalham, como pode a programação global ter decaído tanto e se tornado absolutamente irrelevante para os atuais formadores de opinião e, mais importante, alvos dos principais anunciantes? A anteriormente imbatível dupla do horário nobre – Jornal Nacional + novela das 9 – deixou de atingir os índices de audiência que a tornava um dos pilares de informação, entretenimento, formação de opinião e mudança de comportamento em praticamente todas as camadas sociais do Brasil. As razões disso já foram explicadas extensivamente em vários artigos (entre elas, o fato de William Bonner nos considerar a todos como Homer Simpsons e, na mesma linha de raciocínio, a produção de novelas passarem a subestimar o conceito de “suspensão da descrença” tão necessário para engajar o público).

Contudo, a estreia da minissérie Ligações Perigosas mostra que realmente não há trouxas dentro das organizações Globo, pois entenderam como continuar relevantes: investir em dramaturgia no formato de séries de altíssima qualidade, tendo como exemplo as produções caprichadas da HBO (que já investe pesado na criação de séries na América Latina e no Brasil) e do Netflix. Ligações Perigosas chegou a estrear antes da TV aberta no aplicativo Globo Play em ultra-definição, indicando que haverá, sim, um investimento agressivo nessa área. A série é um conjunto do que de melhor já se criou em dramaturgia na Rede Globo: um ótimo texto adaptado (foi uma ideia de gênio transpor o cenário barroco do livro de Choderlos de Laclos para a década de 1920 aqui no Brasil), bons atores (Selton Mello conseguiu a façanha de se tornar sex symbol no papel que, no cinema, já foi de John Malkovich; e Patrícia Pillar mostra porque é uma das maiores atrizes de sua geração), cenografia e figurino caprichados, qualidade técnica (iluminação, som, edição, trilha sonora, direção) padrão internacional.

Os canais GloboSat (GNT, Multishow, entre outros) já se firmaram como alguns dos melhores na programação paga. Contudo, até mesmo os serviços de TV por assinatura sofreram um abalo quando os millenials passaram a migrar em massa para o serviços on demand e plataformas como o Netflix. E o mais impactante: a novíssima geração, nascida no começo dos anos 2000, já está totalmente online com seus tablets, smartphones e computadores, alguns sequer ligam a televisão. Minha filha de oito anos, por exemplo, prefere o Netflix para assistir seu seriado favorito (My Little Pony) porque, segundo ela, “não há a interrupção de comerciais”. Diante disso, acredito que a própria estrutura financeira da TV aberta – e o jeito antigo de se fazer publicidade – parecem estar com os dias contados. Certamente, alguma mente genial lá dentro da imensa corporação que é a Globo também já se deu conta disso. Caso contrário, em uma década, a maior rede de TV aberta do Brasil será praticamente irrelevante.

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Candice Soldatelli é jornalista e tradutora

EM MANAUS: Band cresce na audiência, Globo e SBT mantem índices e Record cai


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A Rede Amazônica, emissora afiliada a Rede Globo no Amazonas, confirmou mais uma vez a sua liderança absoluta no ibope, fechando o mês de dezembro com mais audiência que SBT e Record juntas, na faixa das 7h as 0h.

Segundo dados consolidados do ibope, entre os dias 1º e 31 de dezembro, a emissora afiliada a Rede Globo marcou 13.5 pontos de média na Grande Manaus. Na faixa, o SBT ficou em segundo lugar com 8.6 pontos de média, a Rede Record ficou em terceiro lugar com 4.1 pontos e a Band teve 2.5 de média.

A Rede Globo ainda liderou em todas as faixas de forma isolada, com ampla vantagem sobre o SBT de manhã (8.1 x 4.3), a tarde (12.7 x 10.1) e também na faixa noturna (18.4 x 10.1).

Em dezembro, foi observado também um crescimento da Band, que no mês de novembro somava apenas 2 pontos de média, e também uma queda de 11% na audiência da Rede Record, que passou de 5 para 4 pontos.

MÉDIA ANUAL

Na média anual, a Rede Globo consolidou a liderança isolada com 12.5 pontos de média, seguida pelo SBT 7.5, fora da disputa pelo segundo lugar no estado, a Rede Record ficou em terceiro lugar com 3.6 pontos de média apenas e a Band 2.1 pontos.

QUASE FECHADO? Clubes acertam data para assinar com Esporte Interativo


As conversas com o Esporte Interativo avançaram na última segunda-feira

Por Marcus Alves, do ESPN.com.br

As conversas com o Esporte Interativo avançaram na última segunda-feira

O bloco de sete clubes que negocia os direitos de transmissão do Brasileiro em TV fechada com o Esporte Interativo definiu o prazo máximo de 31 de janeiro para assinar o contrato de 2019 a 2024. Eles voltaram se reunir nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, e contaram mais uma vez com a presença do Flamengo. O São Paulo não compareceu e enviou recado.

O vice de futebol tricolor Ataíde Gil Guerreiro avisou que não poderia ir, mas ressaltou que segue interessado e prometeu ir ao próximo encontro.

O Fla esteve representado dessa vez pelo seu marketing. Ao contrário dos demais, o time da Gávea mantém a postura de ‘ouvinte’ e não decidiu ainda com que proposta fechará.

Conforme mostrado anteriormente pelo ESPN.com.br, Grêmio, Inter, Santos, Fluminense, Coritiba, Atlético-PR e Bahia fazem parte do grupo que conta com negociações mais adiantadas.

Eles discutiram os últimos detalhes do contrato nesta segunda-feira e acertaram uma nova reunião, dessa vez com seus departamentos jurídicos, na próxima quarta-feira para dar a largada nos contratos. Mesmo com as conversas em conjunto, se assinados, eles serão individuais.

A Rede Globo, que detém os direitos na TV fechada até 2018, monitora os passos.

Ela mantém a confiança de que, na última hora, manterá as equipes ao seu lado.

Corinthians, Vasco, Botafogo e Sport estão apalavrados com a emissora carioca, de acordo com informações de mercado.

Na última sexta-feira, o ESPN.com.br revelou os detalhes da proposta que ameaça o seu domínio no futebol nacional: R$ 600 milhões anuais; contrato de 2019 a 2024; distribuição seguindo o modelo da Premier League com 50% dividido de forma igualitária, 25% de acordo com desempenho técnico e outros 25% a partir da audiência; fim dos jogos às 22h; maior poder de decisão aos clubes; e cláusula ‘anti-Corinthians’ para evitar a concentração de jogos de apenas um clube na televisão.

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‘Fizeram um complô contra mim’, diz Kalil após deixar a Primeira Liga

Os dirigentes calculam um aumento que deve chegar a cifras até dez vezes maiores às praticadas pela Globo na TV fechada.

Atualmente, o valor pago pela atual detentora dos direitos do campeonato nessa mídia corresponde a 3% do total desembolsado com as cotas anuais.

O objetivo dos executivos do Esporte Interativo é fechar com o bloco de sete clubes e procurar em seguida os times menos tradicionais não contatados até aqui. Assim, ele asseguraria uma ‘reserva’ que lhe permitiria fazer as transmissões, independente de eventuais concorrentes.

Ao todo, 18 equipes carregam contrato com a Globo até 2018: Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Inter, Atlético-MG, Cruzeiro Coritiba, Atlético-PR, Goiás, Bahia, Vitória e Sport.

DE VOLTA: “A Diarista” pode ser reprisada pela Globo


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A Rede Globo solicitou ao Ministério Da Justiça um parecer á respeito da série produzida entre os anos de 2004 e 2007 para que a atração entre na “Sessão Comédia” em lugar de “Os Caras de Pau”.

A trama estrelada por Cláudia Rodrigues e Dira Paes foi liberada pelos órgãos competentes, depois da emissora enviar três episódios para passar pelo crivo legal.

Ao todo foram produzidas quatro temporadas do programa, em 121 episódios exibidos originalmente nas noites de terça-feira depois do “Casseta & Planeta, Urgente!”. A audiência da trama orbitava entre 24 e 30 pontos de média na capital paulista.

Após 11 anos na Record, Bruno Ferrari comemora retorno à Globo: ‘Muito feliz’


Depois de estrelar duas novelas na TV Record, Bela, a Feia e Vitória, o ator Bruno Ferrari está de volta à TV Globo.

Ele será um dos personagens principais de Liberdade, Liberdade, próxima novela das onze. Na trama ele será um médico que fará par romântico com a atriz Andreia Horta.

Estou reencontrando várias pessoas que já trabalhei e outras pelas quais tenho muita admiração. Estamos com um grupo muito gosto de trabalhar, com vontade que tudo dê certo”, disse o ator em entrevista ao GShow.

Casado com a atriz Paloma Duarte, ele será papai em 2016.  “Vejo um ano muito bom, estou muito feliz com tudo que está acontecendo, foram escolhas minhas, eu busquei isso tudo. Acredito nisso, nada vem por acaso”, completa.

Na Record, Bruno Ferrari também fez as novelas Luz do Sol, Chamas da Vida, Balacobacoe a minissérie Milagres de Jesus.

ESTRANHO: Botafogo já fez o que o Flamengo queria e não levou ‘pito’ da Globo


O Flamengo queria disputar o Campeonato Carioca de 2016 com um time reserva, usando seus jogadores principais na Liga Rio-Sul-Minas. No entanto, após pressão de TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do Estadual, o clube rubro-negro mudou de ideia e, em comunicado, avisou que jogará o Cariocão também com os titulares. Situação parecida já aconteceu com o Botafogo, há dois anos, mas, na ocasião, a rede de televisão não deu bronca no clube.

Em 2014, o time da “Estrela Solitária” voltou a disputar a Libertadores depois de um longo hiato. Apesar de ter recém-perdido o craque Seedorf, que se aposentou e foi trabalhar como técnico no Milan, o Bota resolveu apostar todas as suas fichas na competição continental, e escalou apenas reservas durante a maior parte da disputa do Estadual.

A TV Globo, porém, não fez nenhum tipo de pressão à época, e o Botafogo pode se valer de sua estratégia normalmente. Assim, os titulares jogaram apenas o clássico contra o Flamengo. Na maioria dos outros jogos, inclusive contra Fluminense e Vasco, só reservas foram utilizados.

Ao todo, o Bota usou os suplentes em 12 das 15 partidas que fez naquele Estadual.
Já o Fla foi notificado formalmente pela emissora, e teve que mudar totalmente seu planejamento.

“Nesta sexta-feira, 8 de janeiro, o C.R. Flamengo recebeu comunicado formal da Rede Globo determinando que a posição adotada pelo clube [usar reservas no Estadual] fosse revista, com fundamento no contrato de transmissão do Campeonato Estadual assinado pela FERJ e pelos clubes em 2010 e que se encerra neste ano de 2016″, escreveu o Fla, em trecho de comunicado divulgado em seu site oficial.

JUAN MABROMATA/AFP/GETTY IMAGES

Ferreyra Botafogo San Lorenzo Libertadores 09/04/2014
Em 2014, Bota usava titulares na Libertadores

A equipe de General Severiano, porém, fracassou tanto no Carioca quanto na Libertadores ao usar a estratégia de ter dois times distintos.

No torneio continental, o Botafogo foi eliminado ainda na primeira fase, terminando na lanterna de um grupo que tinha San Lorenzo-ARG, Unión Española-CHI e Independiente Del Valle-EQU.

Já no Cariocão, o time ficou num modesto 9º lugar, atrás de equipes como Cabofriense, Boavista, Friburguese, Macaé e Nova Iguaçu, ficando de fora das semifinais após uma década.

TV PAGA: Canal Viva despenca; Globonews dispara


Problemas legais ameaçam reprises do Viva; Sonia Braga não deu autorização para reexibição de "Dancin' Days"

Problemas legais ameaçam reprises do Viva; Sonia Braga não deu autorização para reexibição de “Dancin’ Days”

Depois de um começo avassalador, em que se tornou um dos produtos mais bem sucedidos da TV paga no Brasil, o canal Viva (Globosat) começa a perder fôlego — e muito.

Desde 2014, o canal já despencou seis posições no ranking da TV paga. Em 2014, o Viva chegou a ser o 10º canal mais visto da TV por assinatura, mas fechou 2015 na 16ª posição (ranking só dos canais pagos, excluídos todos os abertos, que também são exibidos na TV por assinatura).

Um dos prováveis motivos para a queda de audiência do Viva, aparentemente, é a descaracterização que atinge o canal desde o ano passado.

Criado para ser um canal de nostalgia das produções da Globo, o Viva passou a enfrentar desde o ano passado uma ameaça legal: ameaças e processos movidos por artistas, como Sonia Braga, que jamais autorizaram o uso de sua imagem em outras mídias que não a TV Globo, conforme esta coluna antecipou no último dia 2.

Esse é um dos motivos pelos quais o Viva tem reprisado apenas novelas e atrações mais recentes — o que decepciona assinantes saudosistas, o alvo original do canal da Globosat.

Por exemplo, no segundo semestre de 2014 o Viva reprisou a novela “Dancin´Days”, gravada e exibida originalmente em 1978 e 79.

Só que Sonia Braga não deu autorização para isso. Seu contrato assinado com a Globo nos anos 70 não tinha nenhuma cláusula na qual a atriz dava autorização para que a emissora reprisasse seu trabalho em outra mídia (TV paga) ou mesmo via streaming (Globo Play). Ninguém nem sonhava com essa tecnologia à época.

No ano passado, outro problema: a Globo exibiu vários episódios do “Globo de Ouro” gravados no ano de 1987, quando foi apresentado por César Filho, hoje na Record.

Assim como no caso da novela de 78, também não foi pedida autorização a César. O caso está em negociação, porque o contrato do apresentador com a Globo também não autorizava a reexibição do programa em outras mídias.

Essa cláusula só passou a constar em contratos da Globo depois de 1997, apenas um ano depois do surgimento da internet no Brasil e quando a TV paga ainda engatinhava no país.
Em dezembro, o Viva foi superado em público, inclusive, pelo Multishow.

SporTV cai, Fox Sports cresce

Sem campeonatos importantes ou mesmo jogos de porte, dezembro foi o pior mês do ano para o canal SporTV. Habitualmente instalado entre os sete canais mais vistos da TV paga, o SporTV caiu para 11º lugar em dezembro.

Quem comemorou o último mês de 2015 foi a Globonews, que disparou com um noticiário quente, ótimos programas (como o “Em Pauta” e o “Sem Fronteiras”) e foi o 8º canal mais assistido em dezembro.

Outro canal que está crescendo de forma consistente na TV por assinatura é o Fox Sports.

Para um canal que não estava listado nem no top 40 três anos atrás, hoje o Fox Sports já está em 21º lugar. Ainda está a nove posições do rival SporTV, mas se continuar a tendência ainda pode incomodar o canal esportivo da Globosat este ano.

Cabe lembrar que o Fox Sports passou seu primeiro ano de Brasil sofrendo na mão das operadoras, que relutavam em distribui-lo para pacotes básicos ou medianos.

Hoje já é o canal já é o preferido de muitos amantes do esporte.

Ricardo Feltrin no UOL

CRÍTICA: 2015, o ano em que a Globo descobriu o racismo


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 Por:

A Rede Globo não descobriu o racismo em 2015, mas foi obrigada a confrontá-lo. Justamente por conhecê-lo bem, tratou de mascará-lo ao longo dos 50 anos de vida como empresa. Cuidou de oficializar a não existência do racismo no Brasil por meio de apologia à democracia racial, folclorização dos negros nos terrenos esportivo e cultural, acrescidos da discriminação racial explícita ao seguimento, principalmente em programas humorísticos, novelas e programação dos finais de semana.

Mas, por incrível que possa parecer, o que derrubou a Globo do cavalo foi a reação de grupos racistas, e também de indivíduos, à ascensão profissional da jornalista Maria Júlia Coutinho. A presença da repórter do tempo, como Maria Júlia ficou conhecida, no Jornal Nacional, espaço mais nobre da Globo, armou chuvas e trovoadas e os racistas saíram do armário.

Deram um tapa na pantera (a Globo). Grupos especializados em agredir personas negras nas redes sociais a atacaram. Segundo as investigações policiais preliminares e depoimentos dos acusados, as agressões e sua repercussão acumulam pontos, visibilidade e atestam a eficiência dos agressores em competições criminosas, cujo objetivo é desestabilizar pessoas negras famosas.

Movidos pelo mesmo objetivo, os grupos assolaram as atrizes Taís Araújo, Sheron Menezzes e Cris Vianna, valendo-se de semelhante léxico racista. Juliana Alves, outra atriz global, notifica que sofreu o violência igual, mas optou por enfrentá-la envolvendo-se em campanha educativa de combate ao racismo nos meios virtuais, idealizada pela ONG carioca Criola.

E agora Ali Kamell? Os ataques racistas à jornalista e às atrizes deixaram a Rede Globo de calças na mão, pois colocaram em cheque sua posição oficial de inexistência do racismo, expressa no livro “Não somos racistas” (Nova Fronteira, 2006), do diretor de jornalismo da empresa.

Choveria no solo molhado se afirmasse que a participação de pessoas negras como profissionais de destaque na Rede Globo, e de resto na televisão brasileira, é ínfima. Mais evidente seria se declarasse que os mesmos rostos negros, todos na área de jornalismo, aparecem com freqüência definida na telinha, ao longo das cinco décadas de vida da emissora.

Não me recordo de uma apresentadora negra de programa infantil, esportivo ou de variedades. Pensar em um protagonista negro no lugar de Luciano Huck, Fátima Bernardes, Xuxa (quando lá estava) ou Ana Maria Braga, deve soar como piada aos ouvidos de muitos leitores que devem professar o suposto mérito dos todo-poderosos do entretenimento.

A única lembrança de uma representante negra fora do jornalismo, que cada vez mais se configura como entretenimento também, vem da infância quando a cantora Alcione apresentava o programa de samba Alerta Geral (1978/1979).

As estrelas negras do jornalismo são ironicamente tratadas por revistas de celebridades como “os jornalistas negros mais queridos da Globo”. São, de fato, praticamente únicos. Além disso, não existe a lista dos “jornalistas brancos mais queridos”, só a relação dos parcos negros fora de lugar.

Glória Maria, veterana do grupo, é a mais visibilizada entre os “mais queridos negros”. Começou praticamente junto com a emissora, como estagiária, ainda na década de 1960. Abel Neto realiza competentes coberturas esportivas. Heraldo Pereira cobre folgas e férias de Bonner no Jornal Nacional.

Zileide Silva atua em grandes reportagens de teor político, tais como as eleições presidenciais e o cotidiano do Congresso Nacional. Tornou-se mais conhecida pela cobertura dos atentados de 11 de setembro de 2001. À época, a repórter era correspondente da Globo em Nova York. Ela, nos primeiros tempos, e Heraldo Pereira, ainda hoje, recebem maquiagem pesada que os empalidece. O racismo explica bem o porquê.

Quem tem TV a cabo e algum tempo livre durante a semana para acompanhar a gloriosa Flávia Oliveira nas tardes da Globo News, pode desfrutar de análise econômica simples e útil, acessível a quem é consumidor habitual de arroz, feijão, batatas e ovos fritos. Ainda no cardápio a jornalista especializada em economia oferece humor, ironia, assertividade e crítica de arte e cultura de primeira linha.

Se Flávia Oliveira comentasse os acontecimentos econômicos diários do Brasil e do mundo no Jornal da Globo, certamente traduziria o economês das variações do PIB, da oscilação das bolsas, do superávit primário, das commodities, para linguagem inteligível. Tudo isso faria mais sentido para as pessoas às quais a Globo quer convencer de que o aumento do salário mínimo é ruim. Compreenderíamos também como, na propalada crise, as pessoas de todas as classes socioeconômicas consomem tanto.

Maria Júlia Coutinho, depois de décadas sem renovação do time da TV Globo fechada, deu mais brilho ao seleto grupo. Em 50 anos de jornalismo global conseguimos formar uma seleção de titulares de futsal, sem banco de reservas.

A considerar o movimento ritmado da carruagem, o enfrentamento ao racismo, bem como outras pautas candentes de direitos humanos, se manterá distante da programação global. Esta é a lamentável, previsível e forçosa conclusão até para pessoas otimistas.

SAIBA TUDO: Festinha regada a drogas com atores da Globo! Será?


Fotos mostrando o ator global Tonico Pereira em uma festa com atrizes consumindo drogas se espalharam pelas redes sociais! Será verdade?

As imagens começaram a ser compartilhadas através das redes sociais no dia 22 de dezembro de 2015. Nelas podemos ver o ator Tonico Pereira, da Rede Globo de Televisão, no que parece ser uma festa, rodeado de belas mulheres, drogas e bebidas alcoólicas!

O texto que acompanha as fotografias afirma que os atores globais estariam participando de uma orgia com cocaína e álcool e que as imagens haviam vazado para desespero dos participantes da “festinha”.

Será que esse flagrante é real?

Abaixo, algumas das fotografias que teriam vazado da festinha:

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Ator Tonico Pereira consumindo cocaína com atrizes da Rede Globo! Será Verdade? (fotos: Reprodução/Facebook)

Verdade ou farsa?

As fotos são reais, mas toda a cena é falsa! Trata-se apenas de um set de gravação para um clipe do músico Marcelo Yuka!

Conforme foi bem observado pelos membros do nosso grupo no Facebook, essa outra imagem (que foi removida propositalmente do conjunto das outras fotos pelos criadores desse boato) mostra uma das cenas do clipe onde podemos ver os microfones, câmeras e outros elementos dos bastidores:

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Em entrevista ao site Ego, Tonico Pereira afirma que ficou muito triste e preocupado com a repercussão que as fotos – que foram tiradas fora do seu contexto – provocou na internet:

“Eu estou p… da vida. Essas fotos foram tiradas, no domingo, durante a gravação do clipe do Marcelo Yuka. Aí tiram o contexto e fica parecendo algo que eu não sou. Eu sou um ator“, disse ele ao site Ego.

Tonico ainda disse que os responsáveis pela criação desse boato deveriam ser processados, pois os problemas que isso pode causar com ele e com a sua família podem ser enormes.

O Jornal O Globo mostrou mais fotos dos bastidores das gravações do clipe e ainda exibe os atores reunidos após as filmagens!

Conclusão

As fotos de uma festa com atores da Globo com drogas e bebidas foram tiradas em um estúdio durante a gravação de um clipe musical!  

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SITE: E-Farsas

CORRUPÇÕES GLOBO: Investigação do FBI gera temor na Rede Globo e no executivo Marcelo Campos Pinto


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É grande a apreensão do executivo Marcelo Campos Pinto, da Rede Globo, e também da própria emissora, com os rumos que podem tomar a investigação do FBI contra dirigentes corruptos do futebol mundial.

Principalmente se a empresa “Sport Promotion”, do empresário José Francisco Coelho Leal, o Kiko (aquele ex-parceiro de Luciano do Valle na Luqui Participações) der com a língua nos dentes.

Diferentemente do que ocorre na Justiça Brasileira, que permite a “delação premiada” sem que o réu produza provas contra si próprio, nos EUA, qualquer ocultação invalida o acordo, agravando a condição do investigado.

Foi nesse contexto que J. Hawilla entregou toda a operação comercial da venda de direitos televisivos no Brasil.

Por razões óbvias, não é crível que apenas a TRAFFIC e a KLEFER tenham sido responsáveis pelos pagamentos de propinas, e até de mensalinho (R$ 2 milhões), aos ex-presidentes Ricardo Teixeira e José Maria Marin (tudo indica, também ao atual, Marco Polo Del Nero), sem que o principal comprador dos direitos de transmissão, a Rede Globo, desconhecesse a operação.

Difícil crer, também, que a emissora não seja a origem real dos recursos, que, trabalhados pelas empresas citadas (e investigadas) chegaram ao destino final (bolso da cartolagem).

A notória proximidade, não apenas comercial, mas, principalmente, social, do executivo da Globo, Marcelo Campos Pinto, com os dirigentes de clubes, federações e demais “agenciadores” impede, também, a ‘inocência” nos termos dos negócios.

Dificilmente, em ambiente de tamanha promiscuidade, o global deixaria de ser agraciado, também, com a divisão de parte da “generosidade” dos dirigentes.

Voltando à “Sport Promotion”, é exatamente a empresa de “Kiko” que intermedeia – em associação com a TRAFFIC – os direitos de transmissão da Copa do Brasil (citada pelo FBI como fonte de propinas), tendo, portanto, ligação direta com a Rede Globo.

A relação, por sinal, é antiga, e chegou a ser denunciada pelo Vasco da Gama, em 2002, com exposição de recibo emitido pela CBF, dando quitação à emissora pelo pagamento dos direitos televisivos do referido período.

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Antes disso, em 1998, em artigo publicado na FOLHA, o então dirigente cruzmaltino, Eurico Miranda, já denunciava a associação entre TRAFFIC, J. Háwilla, Kleber Leite e Ricardo Teixeira, comprovada, agora, pela investigação do FBI.

Fonte:Blog do Paulinho